terça-feira, março 13, 2012

Fechamento

Muito bem. Muito tempo se passou desde o último post e o post anterior a este.

O fato é a consequência do que o tempo vinha mostrando: não tenho mais vida pro Chaos III.
Hahahhahaha, pois é, tô encerrando essa bodega.

O fato na verdade é um só. Desde a morte do meu amigo mencionado no post abaixo, perdi um bocado do meu tesão por escrita e, principalmente, por este blog. Porque ele era parte integrante disso aqui tanto quanto eu. E era a tal ponto que se não vai ter mais ele, então não tem motivo de ter mais blog. Simples assim.
Me recuso a fazer um post nisso aqui sobre os assuntos de sempre porque eu sei que não vai haver a réplica de sempre, e o pior de tudo é que eu vou esperar essa réplica. Que, no fundo, meu inconsciente já se acostumou tanto com a ideia de ter uma réplica que mesmo eu racionalmente sabendo que ela não venha, ainda vou esperar por ela e me frustrar por sua ausência.

Contudo, não vou excluir o blog, ele vai continuar a existir aqui, nesse sítio. Só não vou atualizar ou coisa parecida. E nada de Chaos IV, também.


Sobre a escrita, ainda que eu queira ou tenha perdido o tesão, descobri algo interessante.
Passei um bom tempo na casa dos meus pais esse último carnaval. E, ainda meio mexido com toda essa história, acabei me vendo acordado em claro uma noite. Então levantei e fui remexer nas minhas coisas.
Até que eu descubro um caderno do Garfield, que eu usei como diário na minha infância. O primeiro registro é datado de setembro de 98. Minha letra garranchada, minha ortografia risível e meus resumos do meu dia que se condensavam em falar o que eu comi pro café da manhã, almoço, janta e com quem eu brinquei naquele dia. Fora os desenhos feiosos aqui e ali.
Foi aí que eu percebi: eu escrevia muito antes disso.
Eu tenho essa necessidade mais do que dentro de mim. Independentemente do produto final, eu simplesmente preciso escrever. Preciso registrar coisas em palavras, independentemente se o que eu escrevo é certo, bem escrito, com letras bonitas ou o conteúdo é relevante. Não importa. Eu tenho essa necessidade. Desde meus 8 anos, segundo registros documentais.
E, bem no fundo, não importa, inclusive, se vai ser lido por alguém ou não.
É esse blog que tinha a essencialidade da réplica, não toda essa história.

Enfim, este é um post de fechamento. É uma pena que este blog não veja o fim dos meus trabalhos, mas, como eu descobri nesses últimos tempos, não é um "que pena que acabou", mas um "ainda bem que aconteceu". Não é porque o fim não é aquele que qualquer um desejava que o início e o meio não valham a pena. Por isso não me arrependo em nenhum momento, de ter gasto o tempo e o esforço que eu gastei com esse blog (que acreditem, é mais do que parece).




Obrigado Juxtaposed Chaos III por ter sido tudo o que você foi.

Bom dia.
Boa tarde.
Boa noite.

Boa sorte.

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Despedida

Série de Werdil: 960 páginas (tirando tudo o que foi apagado/reescrito)
Elementals: 313 páginas
Série de Aeternia: 991 páginas (novamente tirando o que foi cortado/editado/reescrito)
Posts em Juxtaposed Chaos III: 100 (tirando atualizações)

Poucos dias atrás, um grande amigo foi encontrado no escritório de sua casa por sua mãe. Tinha se enforcado, com direito a mãos presas às costas. Um grande amigo, que conheço desde a quinta série do ensino fundamental. Que me acompanhou durante os anos de ginásio e colégio. Que compartilhou uma sala de inglês duas vezes por semana. Que dividiu quarto comigo durante nossa excursão em Ouro Preto. Que continuou mantendo contato mesmo depois do colégio, em tempos de faculdade.

Esse amigo leu todas as 2264 páginas mencionadas. Comentou em todas as postagens mencionadas. Ofereceu críticas, elogios e mudanças em cada passagem. Escrever me é algo tão essencial quanto fundamental. É como eu me identifico e do que me orgulho, independentemente da qualidade da escrita ou enredo. E ele esteve comigo durante todo esse tempo. Em nenhum momento se incomodou e nunca me desencorajou.
E agora não vai mais fazer isso.

Nesses últimos dias ouvi coisas que não queria ouvir sobre ele. Tive que responder perguntas pesadas de amigos e familiares. Enxuguei tanto o rosto que esfolei a região inferior dos olhos. Mas isso não foi o mais doloroso.
O mais doloroso foi não ter impedido isso de acontecer. Foi ficar sem saber o motivo, sem saber que as coisas estavam chegando a esse ponto. Foi ter que ver o pouco que sobrou de um rosto que costumava conhecer. Ver um corpo que nunca mais vai escrever com as letras pequenas, nunca mais vai fazer piadas ruins, nunca mais vai comentar, ler e ouvir cada e todo assunto dos amigos, nunca mais vai repreender brincadeiras ruins, nunca mais vai pular ou chutar o ar praticando sua arte marcial ou rir jogando qualquer coisa.
E não tem nada que se possa fazer a esse respeito a não ser soluçar.

Morrer é um verbo intransitivo. Morre-se porque morre-se. Mas suicidar-se não. Suicidar-se precisa de motivo, causa e direção. Suicídio é a morte com um motivo.
Minha fé não é grande o suficiente pra falar que ele está num lugar melhor, ou em qualquer lugar em especial. Minha fé apenas é o bastante para me fazer acreditar que finalmente o que estava doendo agora não está mais.  
Por isso, o medo que ficou foi enorme. Porque acabo de descobrir que existe uma dor que leva alguém tão sóbrio, racional e sensato quanto esse meu amigo a precisar tirar a própria vida para fazê-la parar. Essa dor precisou ser tamanha a esse ponto. Precisou atingir níveis tão extremos que a única maneira de estancá-la foi se privar de todo o resto.

Velório e enterro são coisas sinistras. Coloca-se um véu finíssimo e transparente sobre o corpo exposto. Um véu tão insignificante mas claramente sufocante, que só está ali para lembrar que ele não vai se incomodar ou sufocar porque não mais respira.
Tampa-se um caixão pesado, coloca-se dentro de uma tumba e veda-se com cimento, sem meios de escapar. Apenas para lembrar que ele não vai precisar escapar porque não mais se mexe.
Precisa ser carregado porque não mais anda. Precisa ser vestido porque não mais se traja. Precisa ser coberto porque não mais dorme.
São duas cerimônias inteiras destinadas a que todos se despeçam e digam as últimas palavras, mas na verdade servem bem mais a mostrar que ele não mais está ali, pertence a ali ou se encontra em qualquer lugar que possa escutar os adeuses.

Ele figuraria nas dedicatórias dos meus livros. Agora figurará não mais com um "obrigado a", mas com um tão pesado "em memória a".

Você nunca será esquecido, meu amigo. Obrigado por tudo.

E, como colocamos em nossa mensagem: boa noite e boa sorte.

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Kael Sorrow's Live Orchestra

Taí uma coisa que eu queria fazer há tempos no blog. E, como vou me dedicar a esquematizar, reler e editar os dois primeiros Térnias, nada melhor pra servir de filler, certo? 8DD

Se tem uma coisa que eu sempre faço enquanto escrevo, é ouvir músicas. Diversas músicas, trilhas sonoras de filmes, jogos, músicas mainstream, aquelas mais bizarras, em inglês, português, japonês, ou línguas que eu nem sei quais são. Enfim, se eu tô escrevendo, eu tô ouvindo.

Não é de se surpreender que eu acabe casando algumas músicas com os temas, personagens, ou ainda, capítulos inteiros. E também não é surpresa eu acabar imaginando trailers inteiros com as músicas que escuto XD


Então, por que não fazer um apanhadão das músicas que pontuam os meus livros? (por algum motivo)


Elementals

Começando pelo mais simples, Elementals tem apenas dois temas D=

Trailer de Elementals:

Dark Empire 1.0, do X-Ray Dog - chatisse encontrar isso aqui de novo
(não dá pra ver claramente um trailer cinematográfico aqui? Com nomes aparecendo, golpes de lutas e locais imensos? =3)

Tema do Leak:

Bodies, do Drowning Pool - como mostrado no post do Leak
(nada melhor que gritaria e conversa de corpos caindo pra representar nosso querido amigo)



Flores numa garrafa de cerveja:

Flores, por enquanto, também só tem dois temas.

Trailer de Flores:

1000 Guilhotinas, do Pato Fu - favor pular os 30seg iniciais. Não achei vídeo melhor... =/
("e então pobre soldado, sem ter o que perder, pois já está condenado a morrer, diz 'não sei porquê lutei, não sei porquê morri, eu só queria não estar aqui'" é de partir a alma.
E é incrível como uma música de guerra com um twist macabro/otimista se encaixa na rotina de gente normal)

Tema do Caim (sim, é o nome de um personagem):

Cain Said To Abel, do Bloc Party
(Incrível como você acha sua banda britânica favorita cantando uma música de um personagem com o mesmo nome do seu, e ela é boa, não? =D)



Ocho:

Sim, o livro que vem depois de Aeternia é tão rebelde que até música ele já tem.

Trailer de Ocho:

Te Quiero Puta!, do Rammstein.
(Sempre acho incrivelmente engraçado esse pessoal alemão cantando em espanhol, especialmente quando são obscenidades 8DD
*idade mental de 5 anos*)

Tema da narrativa de introdução:

Hang 'em High, do My Chemical Romance




Aeternia:

E é aqui que tá o ouro. Aeternia tem muitas e muitas músicas, algumas que até me chamam para fazer alguma animação ou music video, mas em respeito ao público, ao meu tempo, e aos animadores competentes, não invisto 8DD

Mas dá pra dividir em dois grupos:

Temas de personagens:

Tema 01 do Nick (mais otimista, ou, como gosto de pensar, do Nick de Werdil):

Lugar ao Sol, do Charlie Brown Jr - particularmente não gosto do cantor, com essa única exceção. E virou música tema do meu personagem principal. Ha-ha na minha cara.

Tema 02 do Nick (mais dark, do Nick de Aeternia):

Total Immortal, original do AFI, cover do The Offspring - tentei gostar da original, mas não deu 8D
(e é incrível como passa todo o angst impotente que o Nick de Aeternia tem. "This rage I cannot let go" e pans)

Tiago:

O Dia que Não Terminou, do Detonautas - eu sei, é velha e esquisita, mas colou no Tiago.
(curioso é pensar que ela é uma música feita pra acidentes de carro. Imagino o Tiago comparando a vida dele com um car wreck e percebendo que não é tão diferente o__o")

Alexandre:

Song 2, do Blur - que vai sempre se chamar WooHoo na minha cabeça, mas sejamos certos.
(pode falar que é overrated, famosinha e mainstream, mas casa com o Alexandre. Tem uma batida otimista, mesmo falando "I need you" a cada 15seg, que passa bem todo o afeto latente que ele deseja)

Átila:

Rescue Me, do Zebrahead - kudos ao Alessandro por ter me passado essa.
(pode parecer uma música meio vulnerável e impotente num primeiro momento, que não casa muito com o Átila, mas é exatamente o sentimento de revolta e de isolamento do mundo que faz dela a eleita)

Xisto:

What I'm Made Of, do Crush 40 - hahahaha, o Xisto é o personagem mais injustiçado do livro e acabou com música de trilha sonora de jogo ruim. Chega a ser engraçado.
(mas, enfim, é angst, é revoltada, e é desafiadora. Tudo o que ele se tornou)

Gustavo:

Time Is Running Out, do Muse
(dark, um pouco macabra e com um toque de emo. E com um bando de morte. Se isso não for Gustavo, não deve existir algo que seja)

Ricardo:

Takes Me Nowhere, do The Offspring
(um tanto de sofrimento sem ser exagerado com uma dificuldade de se encontrar e descobrir quem realmente é. Coube direitinho)

Johanne:

Stuff Is Messed Up, do The Offispring - vale a pena dar uma olhada no clipe, aliás
(hahahahaha, o título da música é genial. Informal, escrachada e falando que tá tudo se acabando. Consigo até ver ele gritando "la la la la la". Cavalo, um dos animais apocalípticos, prazer)

Angra 01:

Nemo, do Nightwish
(piano e tragédia. A música inteira é auto-explicativa da Angra. É até absurdo a semelhança)

Angra 02: se algum dia o passado dela aparecer detalhadamente em flashback, já tem trilha.

Kelly Brown, do The Earlies
(mais piano. Mas dessa vez uns drops e batidas imitando tiquetaquear de relógios. Melancólico, perturbador e incomodador)

Alexandre e Ana:

Hybrid, do SAWA
(é o tema de quando eles estavam juntos e bem, claro. Só fofura)

Alexandre e Átila:

A Lot Like Me, do The Offspring - e cá está a prova que eu tilha essa relação por MUITO tempo
(o tema que atormenta Alexandre por Devassa inteiro. Quando ele tá no fundo do fundo do poço. Vale a pena checar a letra)

Alexandre e Xisto: fiquem tranquilos, valores cristãos, não é nada homoafetivo

Ares, do Bloc Party
(acho legal como tem tudo o que os dois passaram. Raiva, rivalidade, uns xingamentos, alguma coisa confusa nesse meio, depois um certo companheirismo que foi se desenvolvendo com o tempo. Tem até uma pausa meio afetiva no meio da doideira da música XD)

Átila e E:

You're Gonna Go Far, Kid, do The Offspring
(teatral. Manipulação, mentiras e um enganando o outro. E como um tinha que sempre contornar o outro pra conseguir o que queriam. Bem "Dance, fucker, dance!")


Temas de livros:

Trailer da trilogia inteira:

T.W.I.S.T.E.R. Remix, do SAWA
(vão me julgar por ser J-pop, mas beleza. Essa música é boa por ser cheia de pausas, mas sempre imagino os eventos e lutas sem o Átila até o ponto que tudo pausa e ela anuncia "Ladies and gentleman", daí ele aparece 8DD)

[GERAÇÃO] Trailer 01: Versão Dark

Sonne, do Rammstein
(era uma vez o Nícolas fazendo aulas de alemão. Eis que todos os exercícios de escuta eram feitas com músicas do Rammstein. Consequência? Isso.
Ele conta até nove várias vezes durante a música, falando que no dez o Sol -- Sonne -- virá. Tente ser eu e não imaginar os oito times de Guardiões novatos a cada contagem com o nono grupo sendo o de Átila. Tente!)

[GERAÇÃO] Trailer 02: Versão Upbeat

Vertigo, do U2
(novamente tente ser eu e não querer dar importância a essa música quando ele fala que "The jungle is your head". Fora que mais pro final tem três "All of this, all of this can be yours", um pra cada garota que tá atrás do Tiago, finalizado com um "Just give me what I want, and nobody gets hurt". Essa música se empurrou pra mim)

[GERAÇÃO] Trailer 03: Versão de Apresentação

The Lamb and the Lion, do The Mae Shi
(é uma música bizarra, sim, mas é perfeita. Tem batidas repetidas que vão mudando ao longo da música. Começa com batidinha, depois vira batidinha com sopro, depois batidinha com sopro e canção, daí batidinha com sopro e canção e coro, seguida de coro dramático e finaliza com batida rápida e forte. Cada trecho dá pra ir mostrando os locais de Aeternia, daí os grupos, daí os Guardiões, daí o pessoal de fora e colocar o Átila no coro com as lutas mais fodas nas batidas fortes do fim. Como não fazer isso?)

[GERAÇÃO] Trailer 04: Versão Cinemática

The Dark Empire 2.0, do The X-Ray Dog
(ah sim, não poderia não haver um trailer dramático, com coro no fundo e aquele som de coisa indo e vindo. Mas esse ganha dos outros pela introdução pausada e rítmica. Dá pra mostrar os grupos a cada batida. Depois, na calmaria que vem a partir dos 0:50, tem batidas de coração perfeitas pra fazer o Jahanne aparecer, seguido de sons de máquina no 1:01, pra Lumna no Maquinário. Sinto muito Lacrimosa, o oscar vai pra Dark Empire 2.0.
Fora que ter Elementals usando o 1.0 e Aeternia o 2.0 é bem legal)

[GERAÇÃO] Aparição dos tutekans pela primeira vez (ch04):


Simplicidade, do Pato Fu - primeiros 50seg
!, do Pato Fu - sim, é ponto-de-exclamação o nome da música
(precisei de um mashup nesse justamente pra mostrar a bizarrice e como Aeternia é etérea sempre. É Praia de Dunas, é calmo, hawaiiano, quase incrível. Depois aparecem as criaturas negras, nojentas e assassinas do nada e começam a arrancar sangue deles. Tem coisa melhor que a ! pra acompanhar?)

[GERAÇÃO] Final do ch14, a luta contra a Búfalo:

Mama, do My Chemical Romance
(o álbum inteiro deles é uma parada, a Black Parade. E os personagens estão no Maquinário aquele capítulo, num parque de diversões. Mas é macabro. Coisas voam na direção deles e o parque se torna uma arma. Aí que essa música entra. A letra não é exatamente cabível, mas a batida é ótima. O final que fica rápido e desesperado é lindo pro Tiago atacando a Búfalo em cólera desenfreada, só pra ser derrotado no fim)

[GERAÇÃO] Abertura do ch16, quando estão fugindo do Cavalo:

Desire-full-eyed Creature
(tem gente correndo e tem um coisa perseguindo. Não dá pra ficar mais desesperado que isso @__@)

[DEVASSA] Abertura do ch03, aparição dos tutekans amarelos:

Rotomusic de Liquidificapum, do Pato Fu - parte final da música
(essas coisas bizarras sempre me pegam, por algum motivo. E, se bem me lembro, o capítulo 03 de Devassa começa com o narrador falando de um conto de tutekans que foram criados. Essa história de conta casa bem com essa música suave que fala de sangue. Até que uma hora as coisas saem de controle e não dá mais pra ser suave e bonitinho, é a hora que os ataques começam. Thank you very much)

[DEVASSA] Ch04, que os versos de abertura são da música, inclusive:

Half-Truism, do The Offspring
(essa fez o caminho inverso. Essa é, by far, minha música favorita da minha banda favorita. Então peguei o capítulo 04 de Devassa e coloquei essa temática nele. "If we don't make it alive, it's a helluva good day to die" traduz muito bem o capítulo inteiro)

[DEVASSA] Abertura do ch10, na sala do Doutor Judas:

Memory ~at home~, de Fruits Basket
(a trilha de Furuba é uma porcaria, pra ser bem sincero. Com exceção dessa. Não tem como escutar essa música sem imaginar um flashback, numa casa antiga, com uma criança meio tristonha, OU TEM? XDD)

[DEVASSA] A parte final do passado na Flávia (ch10), que deu inspiração à violência do fim:

Kim, do Eminem
(violento e perturbador. Não é bem uma música, mas sim uma desculpa pra violência gratuita. Mas tente escutar isso sem ficar mal. Eu precisava de inspiração pra um passado trágico pra justificar o trauma da Flávia, foi quando eu dei de cara com isso)

[CINZAS] Créditos finais dos epis do animê (sim, eu sei):

Talons, do Bloc Party
(tem tudo que o um tema de fechamento precisa: drama, uma melancolia e umas passadas fortes. E tem tudo o que um tema de Aeternia precisa: um arzinho dark e batidas pausadas. Fora que a letra dessa música é incrível. E casa muito bem com o tom que eu quero dar pra Cinzas.
"I've been wicked. I've been arrogant.")

[CINZAS] Eventos que precedem a batalha final:

Liberi Fatali, de Final Fantasy VIII
(nunca encostei minha mão nesse jogo, mas fui na VGL. E minha nossa, cantaram essa música ali. Foi amor à primeira escuta XD
Fora que ela é perfeita pro que vai acontecer antes do final de Aeternia, quando tudo tá caminhando pro final, tudo tá se alinhando e todo mundo que precisa estar em lugares estão chegando. Mais que isso é spoiler chato)

[CINZAS] Batalha final:

Showdown
(ah, o final. A música que vai acompanhar o fim de tudo. Sim, tenho o final básico de Aeternia na cabeça e todas as vezes esse final tá moldado nessa música. Não vou me alongar muito nela pra não dar spoilers, mas taí)

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Aeternia - devassa concluído

Spoiler Warning! (as to Dev - Epilogue)
A mesma plaquinha que o Nick segura!? =O
Tiago, segura esse troço direito, rapaz!
Aquilo atrás do "K" de KTERNIA... não, não pode ser...! õ__o

(argh, pare de mudar o layout de edição de postagens, Blogger! >_<)

Cá estamos, anos depois, muitas mudanças e desenvolvimentos mais tarde... por fim, o segundo livro de Aeternia está concluído!
Aeternia - devassa (ao que eu traduzo o subtítulo do inglês "devastation") é o segundo livro da trilogia. O livro do meio, que trata de levar todos os eventos o primeiro (geração) ao último (cinzas). Também é um Livro Dois do Búfalo, tratando de mostrar a parte de Kimiga e Stier da criação, as coisas pelas quais os dois passaram, bem como algum background pra Lumna, que também foi afetada pelas andanças de Stier.
Esse livro levou nada menos que quatro anos para ser escrito, tendo iniciado em meados de outubro de 2008 e ganhando a última palavra em 5/12/2011. Curiosamente, a última parte que eu escrevi não foi o epílogo, mas sim uma das frases do capítulo 15. Ainda curiosamente, não foi a frase que fecha o capítulo, mas sim a palavra "complacência", que aparece na linha anterior à última.
Sim, era um sorriso muito difícil de descrever 8D

Gostaria de fazer um rápido parêntesis para apontar dois paralelismos interessantes.
O nome de todos os primeiros capítulos sempre é um sinônimo de alternância. O capítulo 1 de geração se chama "Mudanças", de devassa chama-se "Alterações" e o de cinzas se chamará "Modificações", sempre trazendo um flashback de como o protagonista do livro encontrou seu Escolhido e foi levado ao Éden.
O segundo ponto importante são as frases finais ditas no último capítulo de geração e devassa.

Devassa é uma grande evolução de geração. Embora quanto a enredo não seja tão abrangente, expansivo ou fantástico quanto seu predecessor -- justamente ao contrário, sendo mais reduzido, dark e pé-no-chão -- devassa ainda me agrada bastante no sentido de não se preocupar mais em introduzir ideia nenhuma no enredo, mas trabalhar com aquilo que já se tem. Ótimo, o Átila é o vilão fodão com as quatro espadas, tem os três novos humanos que são de alguma forma diferentes dos quatro anteriores e tá com um exército de tutekans novos. Ótimo, já se sabe de quem o Alexandre é filho, quais são os denuos de todo mundo, que Tiago e Nick têm um papel a cumprir e que a floresta não tá mais agindo normalmente.
A pergunta que move devassa é "E agora?"

Não só isso, mas agora é Stier que tá dando os nomes aos capítulos, que tá mudando a diagramação colocando aqueles três versos e decidindo o que é e o que não é importante. Palavrões voltam, nad amais de fantasias ou um mundo quase perfeito. A realidade é forte, cruel e as pessoas quebram a medida que ela se alastra, quase envenenada. Não é de se surpreender que alguns Guardiões acabam morrendo. Alguns bem importantes e que eu não estava preparado pra me despedir, principalmente.
E, como é Stier, devassa não pode acabar de outra forma além de com diversas promessas de mudanças, tanto positivas (com a volta de Elisa, a promessa de revelação sobre a atividade dos Guardiões veteranos e a aceitação de Leão de sua sina) quanto negativas (uma nuance de um plano enorme de Átila e a demorada transição de Alexandre a Águia).

Contudo, estou mais satisfeito com geração do que com devassa.
Mesmo geração tendo aqueles malditos duelos classificatórios que eu tô perto de erradicar tudo de uma vez e uns capítulos bem desinteressantes, devassa não tem mais Aquilo. Não sei se é o fator novidade que passou ou a minha percepção que eu não gosto muito do estilo que escolhi (ando me sentindo bem livre com o jeito de Flores) ou o meu Writer's Block que assombrou boa parte de 2009 e 2010 que acabou me desgastando, mas vou precisar sentar e ler e reler tudo de novo antes de começar com cinzas, muito embora tenha recebido brainstorm atrás de brainstorm com o enredo do livro final.
No entanto, ainda acho devassa mais sólido que geração, com exceção de uns capítulos do meio.

E por final, uma observação importante...
Até agora essa história de Livro do Leão ou Livro do Búfalo não tem feito muito sentido e não fez assim tanta diferença quem contou a história. Mas a estrutura vai mudar bem no Livro do Cavalo e pode ser que Kodahi acabe interferindo diretamente no livro, do jeito rebelde que é =X



Personagem de destaque:
Ando gostando bastante de quem o Johanne tá se tornando =)
E escrever com o Caipora foi muito legal! XDD

Passado mais triste:
Flávia Cohen, de loooonge. Difícil me incomodar com o que tô escrevendo, mas aquilo doeu.

Morte que mais incomodou:
É uma lista difícil, principalmente considerando que temos Geórgia, Mike e Xisto competindo. Mas ainda preciso colocar que foi o Leo. Cuidei dele tão de perto por tanto tempo! =///

Luta mais fodástica:
Embora seja bem óbvio falar da luta do Gabriel contra o Átila ou do Alexandre em limite de sanidade, não achei nenhuma delas fodásticas ao ponto de interessantes. Mas achei bem legal colocar o trabalho em equipe do grupo do Mike, Alberto, Alexandre, Ricardo, Paulo e Xisto quando enfrentaram o tutekan da Yasmin. O maravilhamento do Alexandre com o visor de contagem regressiva foi demais, e a corrida com a contagem também foi bem legal.
Também destaco a luta entre a Geórgia e o Iago. Finalmente senti que fiz jus ao personagem que a Geórgia deveria ter sido.

Capítulo favorito:
Capítulo 12 (Interlúdio do ódio). Poder focar numa única frente foi uma mudança muito bem-vinda, fora que mostrar o poder de todo mundo, ter que pesquisar línguas antigas para o nome de coisas e inventar denuos de última hora é tudo o que me faz gostar de escrever Aeternia.

Melhor passagem:
Se é pra ser engraçada, destaco aquela do Nick quando ele encontrou Aerâmia pela primeira vez.
Se é séria, tô com um empate bom entre o diálogo de Stier com Kimiga, no primeiro capítulo ou a partir do momento que o Tiago chega no Exílio.
Se é fantástica, Kimiga passando a Maldição pra Stier.

Cenário favorito so far:
Ainda gosto muito da Praia de Dunas, mesmo sendo um dos mais antigos. Mas gostei bastante de uns novos que apareceram, especialmente do Exílio e Aerâmia. Mas se tivesse que pegar algum dos novos, seria o Palco. E vai ficar bem interessante pra frente.

Referência werdilana escondida:
No capítulo 11 (Devassa, parte um), onde o grupo da Amanda, Cauê, Angra, Angélica e Daniela entram nos Túneis Negros e acabam na sala redonda com as mesas, a menina cantando e um cara de aspecto selvagem que tá no piano, é um cenário de uma das provas de Werdil, que o Nick e o Cezar tiveram que passar juntos, bem no começo do segundo livro =)

segunda-feira, setembro 05, 2011

Kodahi

Spoiler Warining!

"O que você tá olhando!?"
Mexer com sombreamentos e matéria luminescente é beeem sacal.
Ih, que medo dessa coisa alien o__o

Kodahi, um dos sages Escolhidos que voltou com um humano pro plano do Éden para a criação do mundo que viria a se chamar Savium. É um pouco cedo pra ter um post falando dele, tendo em vista que ele foi o sage com menos destaque até o momento, tendo em vista que o Livro do Cavalo ainda nem começou a ser desenvolvido, sendo o Aeternia - Cinzas. No entanto, precisava me reacostumar com a Wacom e ele é simples o suficiente pra servir como cobaia (o Ohan já tinha ido, aliás).

Kodahi é o sage que representa a Pureza, sendo, como explicado pelo Konolos num dos capítulos finais de Geração, a palavra que significava "pureza" no mundo anterior à Terra. Como tal, ele tem como desígnio representar tudo aquilo que é puro aos olhos da humanidade, sendo o guia dos mesmos nesse sentido.
Contudo, ele é um dos poucos sages que tá pouco se lixando pra esse tipo de coisa. Se tem algo que o Kodahi não representa é a pureza. Sendo um dos poucos sages rebeldes que não é qualificado como perigoso o suficiente para causar danos à humanidade (como é o caso do E, por exemplo), acabou servindo como um dos Escolhidos, quando a Terra foi julgada incapaz de prosseguir existindo. E, ironicamente, voltou com um humano para reconstruir o mundo, o Hest.
Já tenho as circunstâncias nas quais os dois vão se encontrar, embora o diálogo antes de Kodahi julgar Hest digno da tarefa ainda esteja em estágio bem gestante. Vai envolver um bom bocado de sangue, e da parte do norueguês, não da criatura.

Fora a escolha do adulto, Kodahi tem outro ponto de essencial importância na história, seu recital. O Recital do Kodahi (curiosamente quando eu pensei nessa denominação, foi uma tradução de Kodahi's Aria, do inglês. Vai entender) é um dos efeitos colaterais que acometem os sages que não fazem jus à sua representação.

Digressão.
É bom aproveitar o post do Kodahi para falar acerca disso. Diferentemente dos humanos, de devem encontrar o motivo pelo qual estão no mundo, os sages já têm esse objetivo corretamente delimitado: corresponder à sua representação. Eles são, portanto, os únicos seres do mundo que sabem qual é o sentido da vida/existência (de si próprios, no caso) e, portanto, devem seguí-la.
Interessante é notar que, mesmo assim, são dotados de livre arbítrio para negar esse tipo de desígnio e fazerem o que bem entenderem de suas existências. Contudo, efeitos colaterais o acertarão se mantiverem esse tipo de comportamento por muito tempo, variando muito de ente pra ente. A história dos livros registra dois efeitos colaterais ao Kodahi: o primeiro sendo o Recital (que será tratado mais a frente) e ter sido forçado a proteger um grupo de Guardiões de Aeternia contra Átila, o que levou ao seu rendimento à Elight.
Sages nada mais são do que humanos perfeitos, nesse sentido. Embora não sejam humanos na essência, mas sim criaturas criadas para vigiá-los, são feitos da mesma espinha existencial. Humanos também são punidos com efeitos colaterais quando se desviam de sua função basilar, mas, como não sabem qual a função é essa que devem seguir, entendem esses efeitos colaterais (doenças, tragédias, catástrofes) como acontecimentos aleatórios, fúria divina ou simplesmente má sorte.
Dá pra perceber o tema central que os flashbacks do Kodahi com o Hest vão tratar? =)

De volta ao Recital do Kodahi.
Ele acabou de ser explorado na história (capítulo 11 de Devassa), então não vou entrar muito em detalhes, mas apenas dar uns apontamentos e esclarecimentos acerca do negócio.
Em primeiro lugar, ele não é uma profecia. Odeio trabalhar com profecias ou qualquer tipo de previsão. Tanto que a história Nick x Matheus acabou logo no primeiro livro e nunca foi um tema que teve muito destaque, mesmo que fosse de grande importância.
O Recital foi uma punição tanto a Kodahi quanto aos sages, tendo em vista que não estava previsto na linha do tempo com a qual os sages estavam trabalhando. Assim, a punição de Kodahi foi justamente embaralhar e inutilizar essa linha do tempo com a introdução do Recital.
Ele, como apontado, trata do fim do mundo. Como Savium vai ser destruído e, enfim, ser novamente trocado por um novo mundo. E vincula esse fim com quatro animais: leão, búfalo, cavalo e águia. Obviamente, cada um deles representa um indivíduo que vai criar os desdobramentos pra esse final. Contudo, não trata dos quatro originais, mas dos correspondentes: Tiago, Lumna, Johanne e aquele que aceitar o papel de Átila (Alexandre não está se mostrando muito cooperativo).
Basicamente, o que se coloca é: uma vez que os quatro animais aceitarem suas correspondências e entrarem em conflito, Savium será destruído.
Trágico, não?

Kodahi em Werdil o/
O sage da pureza já representava a pureza nas páginas werdilanas e foi de lá que tirou seus poderes envolvendo a matéria luminescente. Seria também o sage com quem Nick faria o contrato de invocação no terceiro ano e que o seguiria dali para sempre. Seu templo ficaria na Irlanda e haveria um embate entre os dois numa mata ali próxima, local escolhido por Konolos. Ele interviria, ciente que Güil apareceria para ajudar o jolly. Konolos, então, mataria Güil, fazendo Nick entrar em limite de sanidade do ódio. Não apenas isso, mas a morte do elfo serviria para que Nick deixasse de tratar Konolos como algo sem importância e reconhecesse no sage uma verdadeira ameaça. Esse episódio funcionaria como um wake-up call na personalidade do coitado.
Em circuntâncias normais, Nick nunca aceitaria os poderes de um sage que deliberadamente foi cúmplice na execução de um amigo seu, mas Nick não tem mais essa prerrogativa. Quer ficar forte e liquidar Konolos, por isso aceita o contrato com o sage da pureza (por motivos bem não puros, diga-se de passagem).
O que viria a virar algo interessante, já que no quinto ano, quando eles estivessem correndo atrás de espíritos para virarem jollys de último nível, Güil já estaria ali desde sempre, acompanhando Nick.

Sobre rip-offs, embora hajam correntes que apontam que o Kodahi seria inspirado no Mew, digo que discordo. Minha impressão que o design do sage foi baseado sutilmente naquelas criaturas-coisa-gato vindos de Nightmare City. (que, por acaso, se chama Savior Cat, originalmente)
Mas isso são apenas boatos, né.

"Você insiste mesmo nesses itens."
- Tem textura de gelatina 8DD
- Tem a voz mais grave dos três sages principais
- Se fala cô-dá-rri.
- Teria, no máximo, 1 metro (daria na cintura de um adulto normal).
- Único deles que se identifica como homem, apesar de não ter sexo.
- Odeia seu denuo fofo-brilhante
- E sua aparência fofa, também. Muito embora saiba fazer cara de mau XP

quinta-feira, agosto 11, 2011

Ocho...?

Antes de passar pra introdução/rascunho que está mais a frente, uma pequena digressão.

Era colegial e éramos todos jovens. Eu e o Senhor Outro Postador costumávamos fazer historinhas em quadrinhos durante as aulas pra matar o tempo e o desinteresse, afinal, ninguém realmente se importava com o vestibunar àqueles tempos. Mas sempre eram quadrinhos muito crus e sem qualquer direção, sempre no improviso.
Então por que não fazermos quadrinhos com uma história? Com personagens originais e uma história sólida de fundo? A coisa boa de se ter 16 anos é que tudo é possível, até os projetos mais natimortos do mundo.
Eis que surgiu a ideia de uma história chamada Eight. Se passaria num mundo pós-apocalíptico e ia revolver em torno de um personagem principal, potencialmente chamado de Ikki, ou coisa parecida. Ele estaria numa saga para destruir todos os oito templos, por algum motivo.

Como era de se esperar, essa ideia não foi pra frente e nunca chegamos a desenhar uma página sequer. Mas, por algum motivo, Eight ficou na minha cabeça desde então, nunca realmente saindo de lá. E o pior: começou a amadurecer sozinha, sem eu querer. De vez em quando, me pegava pensando nela ou vendo trechos da história se desenvolvendo quando ouvia certas músicas, como costumava acontecer com Werdil/Elementals/Aeternia/Flores.
Decidi então que esse seria a saga que escreveria depois de Aeternia. Tenho, portanto, duas linhas de escrita: a oneshot, onde foi Elementals e agora vai flores; e a segunda, das histórias longas de mais de um livro, onde ia Werdil, agora vai Aeternia e, assim que isso estiver concluído, Ocho.

Ora, Eight se transformou em Ocho por um simples motivo: A Torre Negra.
Tal qual Harry Potter, A Torre Negra é uma série de sete livros, só que do Stephen King. Tem um tom muito mais adulto e profundo que o primeiro e eu comecei a me apaixonar sem perceber. Então por que não basear Eight em A Torre Negra? Por conta desse mesmo motivo, Eight passou a se chamar Ocho (tendo em vista o nível de faroeste necessário para a história).

Imaginem um prédio que acabou de ter seus pilares destruídos. Há aquele momento no qual ele ainda está de pé, prestes a começar a ruir. Assim está o mundo de Ocho. O céu está decadente e vomitando demônios. A realidade já não funciona da maneira que deveria. Tudo está a caminho de apodrecer e morrer, mas não sem o sofrimento de dor antes. Não, primeiro todos devem sofrer e morrer de uma miséria gradual e venenosa.
Eis que se destaca o personagem principal e a mulher que leva consigo. Eles não estão ali para salvar o mundo, mesmo porquê, ele passou desse ponto. O mundo não pode ser salvo. Vai acabar. Ponto.
Eles estão ali para dar o golpe de misericórdia no mundo. Acabar com o sofrimento de todos com a morte súbita.
Essa é a base na qual toda a história se desenvolve.

Essa postagem (ainda) vai ganhar mais texto, um tema e uma explicação nos próximos dias/semanas. Por enquanto, só uma introdução que não conseguiu esperar uns cinco anos:


AAAA odiava quando ele entrava naquele estado. Corria o mais que suas pernas conseguiam enquanto carregava aquela coisa extremamente pesada em seus braços. Era incrível como ele conseguia segurar, apontá-la e atirar com aquilo como se não fosse mais que um bastão de madeira. Passou pelos estilhaços de madeira a que as construções eram reduzidas quando ele começava a correr e exterminar. Pulou por cima de um corpo caído que ainda parecia vivo, quente... fumegante.
BBBB viu aquelas garras enormes vindo perigosamente em sua direção, querendo seu rosto, querendo sua carne. Seu um de seus sorrisos brilhantes e assassinos. Sabia o que eles queriam de verdade. Queriam sua alma, seu sangue... sua vida. Queriam tudo aquilo que ele tinha de sobra – ainda que numa forma doente e decadente – mas, ei, quando se está no deserto, não se reclama da água encontrada. Suas mãos agarraram o cabo daquela arma agourenta com potência e seu corpo potente fez aquilo que sabia fazer: exterminar. A lâmina roxa atravessou aquela forma maldita com velocidade, produzindo um som profundo e nojento. Nada escorreu ou caiu no chão. O corpo não tinha sangue algum, como ele estava cansado de saber.
Não se perca com esses pequenos! berrou Caçador nas entranhas de sua mente. Ele só está querendo te distrair e te cansar!
E você acha que eu não sei disso...!? devolveu ele.
— AAAA, arma! – berrou por cima de seu ombro, enquanto girava aquela coisa maldita, destruindo um novo demônio que tinha se colocado entre ele e sua presa.
Ela atirou aquela arma como conseguia e BBBB não se demorou a agarrá-la no ar, sem nem ao menos dispensar um olhar para se assegurar se sua mão encontraria aquele cano frio ou simplesmente ar. Aquilo sempre a surpreendia... quem tinha dito a ele onde a arma estava ou onde ele tinha que colocar a mão...? Seu pai? Sua mãe? Ou era BBBB mesmo...? Era algum instinto assassino de sobrevivência com o qual ele já nascera por ser quem era.
Deixou a arma maldita caído no chão (mas não sozinha, AAAA sabia, nunca sozinha) e tomou mira. Um trovão incrível ribombou acordou os mortos, explosão e rugido vindo daquela arma. O topo de um dos postes antigos se desfez automaticamente, sendo reduzido a pó. Ele desmontou a arma e duas cápsulas fumegantes pipocaram para fora, vermelhas vibrantes de calor. Manteve-se correndo na direção daquela entidade do inferno. Seu sorriso novamente se abriu. Não, não era uma entidade do inferno e ele sabia muito bem disso. Era uma entidade do céu. O céu estava bem ali acima deles para provar aquilo, com sua eterna cor amarela desgastada, doente.
Um demônio saltou na direção de BBBB, garras e dentes arreganhados, berrando com o som infernal, mas um novo estrondo dizimou qualquer tentativa. Mais duas cápsulas quicaram no chão, incandescentes.
Pare de atirar dessa forma! Caçador rugiu em sua mente.
Fique na sua. devolveu BBBB.
Jogou a arma para trás, na direção de AAAA e com a outra mão agarrou a corrente e puxou sua arma de volta. Sentiu a lâmina agradecer por estar novamente com ele, perto de quem amava com tanta força. Os olhos de BBBB afundaram no rosto ao sentir aquele veneno amoroso vindo de sua mãe e sua expressão se tornou incrivelmente sombria. Segurando sua mãe com uma mão e puxando mais corrente de seu corpo com a outra, BBBB se manteve em corrida. A entidade maligna não encontrara o topo do poste, onde pretendia pousar, e caiu. Estaria indefesa por algum tempo.
O que você pensa que está fazendo!? Não se aproxime! repreendeu Caçador.
Já disse pra ficar na sua!
A entidade tentava se prender no poste, mas só conseguia cair. Suas patas, seus tentáculos, tudo o que servia de deformidade não conseguia mantê-la num ponto.
— Como é não saber que está morta!? – berrou BBBB para a entidade, um brilho assassino crescendo em si – Como é tentar voltar a ter aquilo que nunca mais pode ser tido!? Me diga!
A entidade finalmente tocou o chão e se levantou. Os dois se encararam longamente. BBBB não via olhos, mas sabia que estava sendo circunspectado de cima a baixo. “Eu sou uma das entidades que veio desses céus, jovem” dizia aquela sensação que irradiava de sua forma negra e amorfa “Eu vi coisas que você nunca viu, e agradeça por isso. Reze pra nunca precisar vê-las”. Por final, também dizia “Eu sei o porquê do mundo estar da maneira que está e você não quer saber dos motivos. Dê as costas à sua sina e vá viver o que resta da sua vida neste resto de mundo. Conselho de amigo”.
— AAAA, recue. – sibilou BBBB por cima de seu ombro.
— Mas...
— Você é importante demais pra chegar tão perto. Não vou conseguir te proteger disso. Recue.
Não arrisque a m...
Já disse pra ficar quieto, pai.
Todos os tentáculos, pernas, patas e qualquer outro material amorfo voou na direção de BBBB, que meramente tomou posição e aguardou. Tinha a arma maldita segura em uma mão, de cujo cabo saía a corrente que passava na outra mão. Corrente que continuava até se enterrar em suas costas, enrolada e presa fortemente em sua coluna, de forma que ele nunca se separasse daquela espada que também era uma maldição que também era sua mãe. Viu todo aquele negrume se aproximar dele, clamando por sua alma e aguardou. Um sorriso serrilhado crescendo lentamente em seus lábios machucados.
Girou o pé no chão arenoso, puxou mais corrente, fazendo mais e mais centímetros atravessarem suas costas, sua pele e seu sangue e colocou seu braço com a espada para trás, tomando mira. Lançou a espada na direção da entidade. Era tarde. As patas, pernas ou o que quer que fosse não conseguiriam barrar o avanço da arma, estavam a tempo demais na inércia de ir em frente. A espada foi perfurando e rasgando tudo que via em sua frente.
Atravessou o corpo do ser, saindo do outro lado. BBBB agarrou a corrente neste momento e a puxou de volta, num giro. O punho da espada se abriu tal qual um guarda-chuva e se prendeu no corpo do ser, imobilizando-o.
— AAAA, arma. – ordenou ele, estendendo o braço para trás de si.
Agarrou sua arma e tomou mira. Aquele monstro tentava se livrar a espada agourenta, mas sem sucesso. Neste ponto BBBB ria como. Uma risada maníaca, de gana e fome. Se despediu da entidade que tentava ganhar distância ou ir para algum canto, mas não conseguia.
Mais um rugido ensurdecedor seguido de um flash potente explodiu naquela cidade abandonada. A entidade estourou com violência e finalmente deixou de se mover.
Colocou sua arma em seu suporte sobre o ombro, deixando-a dependurada ali. Puxou sua corrente, trazendo a espada de volta para si. Corrente se enrolando de volta, tal qual um carretinho de vara de pescar. Ele sorriu. Mas eram correntes, mas eram sua espinha. Eram a porra de seus ossos. A espada também possuía um suporte de atravessado em suas costas, onde foi guardada.
BBBB virou-se e encarou AAAA pela primeira vez desde que toda aquela perseguição tinha começado. Ela não estava assustada ou chocada, não. Aquilo tudo deixara de surpreendê-la há muito tempo. Mas havia sempre um canto dela, em algum lugar nas profundezas de sua mente que sempre ficava... sempre ficava o que? Abalada? Atacada? Violada?
Mexida talvez? Não. Era outra coisa.
Ele se aproximou dela e passou um braço por cima do ombro dela, puxando-a para perto dele.
— Está tudo bem agora. – disse ele num tom neutro. Mas sua mão que deixara o ombro dela e percorrera em descida seu corpo inteiro até seu baixo vente dizia outra coisa.
“Tudo bem”...? Não, não estava tudo bem. Ali, entre eles, naquele cenário, naquela cidade, naquele mundo. Naquele céu. Não.
Nada estava bem.